Textos e vídeos para reflexão


Leandro Karnal: A Não Aceitação Das Diferenças Faz Do Mundo Um Lugar Horrível

Compilação de um trecho da palestra: Tolerância ativa – de Leandro Karnal
“Existe uma proposta de um professor chamado Francis Wolff, num livro chamado Civilização e Barbárie, em que ele faz a seguinte pergunta: “Quem é o bárbaro atual?”. O livro organizado pelo professor Adauto Novaes, chama-seCivilização e Barbárie, e um dos primeiro artigos pergunta “Quem é o bárbaro?”. A tendência grega tradicional era dizer “Quem é bárbaro é quem não fala grego, quem está fora da minha cultura. O latino: É bárbaro quem está fora da cultura romana”.  Pro chinês é bárbaro todo mundo que não seja chinês. Bem, o bárbaro era visto como não civilizado. A proposta deste texto é pensar que a barbárie floresceu, por exemplo, no exemplo citado do nazismo, no país mais culto da Europa que era a Alemanha. No país que lia Kant em alemão. Tenta imaginar o que é isso: Ler Kant em alemão (risos na plateia). O país que lia Kant em alemão, produzido Bach e Beethoven. Bom, o país que produziu tanta cultura formal incendiou uma das crenças mais bárbaras do século 20 e um modelo de barbárie. O que proponho de novo neste texto?
É bárbaro todo aquele que propõe, na sua teoria, a exclusão do outro.  É civilizado, seja um índio ianomâmi, ou um alemão, todo aquele que propõe a aceitação da existência do outro. Então ele foge ao termo Civilização e Barbárie tradicional, oferece uma saída para esse caminho e vai nos dizer exatamente isso. Acho que o fundamentalista que prega a eliminação do outro deve ser tratado como racista, ou seja, como uma patologia ‘educar’ e, segundo caso: não sendo possível a educação, deve ser encarcerado. Por quê? Porque não é possível conviver com pessoas que quer lhe excluir da humanidade. Não é possível.
O racismo é problema tanto patológico como baixa inteligência e falta de caráter. Ou uma combinação das três coisas. O fundamentalismo não precisa ser ‘falta de caráter’. Eu ainda acho que se pode educar para a Tolerância Ativa, princípio que eu defendi quando elaborei os cinco volumes para o ensino religioso em São Paulo, que é o ensino leigo, não baseado em religião. Nós propusemos nesses volumes o chamado ‘tolerância ativa’. O que é tolerância ativa? Não é que eu tolero que você seja presbiteriano eu, católico? Não é que eu tolero. Eu acho fundamental que exista essa diversidade. E não existiria mundo e o mundo seria um lugar terrível se você não fosse presbiteriano e eu católico. Isso é tolerância ativa. Não é que eu diga assim: “Até que eu tolero um gay, desde que não chegue perto”. É fundamental que existam gays. É fundamental pessoas de diversas etnias, é fundamental que existam diversas opiniões, inclusive contrárias à minha.
Essas divergências tornam o mundo local horrível. Quem aceita isso é civilizado. Quem não aceita isso é bárbaro. Pode falar dez línguas, continuará sendo um bárbaro. Ou seja, eu compartilho dessa ideia de que o fundamentalista é violento, tal como o racista, tal como o pedófilo. Tenho que ser reeducado, talvez com uma educação formal, eletrochoque, prisão, alguma coisa que funcione e, não funcionando, ele ter de ser isolado da sociedade. Ou talvez se pudesse escolher uma ilha para onde mandassem todos esses tipos de pessoas que querem excluir os outros.
Só os violentos. Porque se não for a violência, se apenas disser: na minha concepção você vai para o inferno, isso não me afeta. Isso não me afeta… isso é apenas um problema de debate. Na verdade, o limite da liberdade é o limite de eu poder me expressar e a questão da dignidade do corpo, em particular. Agora, se alguém acha que eu vou pro inferno por algum motivo, eu também reconheço o direto dessa pessoa também me mandar pro inferno. Como se atribui a Voltaire, mas também não é dele, curiosamente, “Eu não concordo com uma palavra do que me dizes, mas defenderei à morte o direito de dizeres”. Não é dele, mas é uma frase que ilustra bem o pensamento de Voltaire: tolerância. É fácil ser tolerante com a ideia parecida com a minha. O difícil é ser tolerante com a ideia oposta à minha. É o choque entre pólos que não conseguem entender que o outro possa estar correto. E aí as próprias religiões dão a solução: o primeiro princípio é uma regra áurea, comum a quase todas as religiões, não fazer ao outro o que não quer que seja feito a si. Essa regra áurea que Norman Rockwell, que fez um pôster que está na ONU, é a norma básica: colocar-se no lugar do outro e, segundo os budistas e cristãos, é compaixão. O que significa isso? Compassione em latim: eu sinto junto. E sentindo junto eu penso o que perturba o outro. Esse é um exercício fascinante. A compaixão a todo o momento.
Porque como lembrou Sartre, e de alguma o Papa Paulo XVI, que era uma pessoa hamletiana, melancólica, né?  Como lembrou Sartre: “o inferno são os outros” e, nós somos o inferno dos outros. Só quem vive feliz é Robinson Crusoé até que Sexta Feira chegue à sua ilha. Viver em sociedade é uma negociação permanente e essa negociação é dura. É árdua em vários sentidos”. Leandro Karnal


Bebê abre o maior sorriso ao enxergar sua mãe 

pela primeira vez por causa dos óculos novos, 



Receber o aluno com deficiência na sala de aula não significa inclusão
Receber o aluno com deficiência na sala de aula não significa inclusão, há necessidade do preparo do docente para conhecer o tipo de deficiência e a historia de vida do aluno, sua relação com seus familiares e vice-versa; saber como trabalhar com outros alunos e com suas famílias, é este o contexto que chamamos inclusivo. Não podemos exigir que o professor esteja preparado. Há ainda a necessidade do envolvimento de gestores, da iniciativa pública e privada, de políticas públicas, de investimento na formação dos envolvidos, trabalho que não se restringe apenas aos professores, mas a todos, sem exceção.
Quando a escola recebe, pela primeira vez, uma criança com discrepâncias significativas no processo de desenvolvimento e aprendizagem ou com algum tipo de deficiência em relação aos demais alunos da mesma faixa etária é natural que muitas dúvidas surjam. O professor, geralmente, sente-se ansioso e temeroso diante de nova situação para a qual não se encontra preparado. Inicialmente, alguns professores pensam ser necessário se especializarem para poderem melhor atender o aluno com deficiência. Sem dúvida a capacitação, a pesquisa e o aprimoramentos são imprescindíveis a prática pedagógica de um profissional da educação. Contudo, a convivência, a experiência e ajuda de profissionais especializados e da família, o professor verifica que o processo de inclusão não é tão difícil como parecia, é um desafio porque implica em mudanças nas práticas pedagógicas muitas vezes cristalizadas.
Boa parte dos alunos com deficiência adaptam-se muito bem às escolas quando sentem-se de fato aceitos, compreendidos e conseguem aprender na escola. Porque, qualquer ser humano não fica bem aonde se sente excluído, incompreendido, não aprende e é rejeitado.
Essas crianças se sentem felizes por poderem participar da vida, conviver e brincar com outras crianças, aprenderem juntas com as demais. Isso é perfeitamente possível, desde que o professor seja orientado em sua tarefa pedagógica.
As situações devem ser cuidadosamente planejadas e as atividades ajustadas e adaptadas para que atendam às necessidades específicas desses alunos.
Portanto, não há uma regra específica, se deve falar para os demais alunos da sala de aula se tem ou não um ou alguns alunos com deficiência. Cada situação é única. Dependendo de como o grupo classe e o professor acolher estes alunos, haverá uma estratégia diferente. Caso o professor tenha como prática no inicio das aulas fazer dinâmicas de grupo com seus alunos para se conhecerem deve manter isso, aproveitando a situação para falar sobre o que o aluno com deficiência tem e como todos podem ajudá-lo e das qualidades e competências que esse aluno tem, do que gosta, dás coisas que ele sabe, sobre sua vida, qual a expectativa dele nesta classe e escola, etc. O manejo precisa ser ponderado.
Para que esses princípios inclusivos se concretizem, torna-se fundamental a elaboração, por toda comunidade escolar, de um projeto político pedagógico de inclusão contando com a participação efetiva dos pais, profissionais ou instituições especializadas que realizam o atendimento complementar, tendo em vista a avaliação das necessidades educacionais específicas desses educandos para as adaptações e complementações curriculares que se fizerem necessárias.
Não vejo sentido comunicar aos demais pais que há um aluno com deficiência na classe, para tanto será importante a participação coletiva humanística acolhedora.
Não atendemos síndromes, doenças ou patologias, mas sim uma criança, um aluno, um adolescente, adulto que tenha alguma diferença. Isso é cultural e por isso leva-se tempo para que a cultura da patologia e modelo médico se dissolva para vermos pessoas no lugar de doenças.
Defendo que o trabalho precisa ser coletivo, com tutorias, com todos juntos, por isso aprendizagem é cooperativa, um ajudando o outro, quer seja professor-professor, professor-especialista, professor-aluno, aluno-especialista, aluno-aluno, enfim quem sabe ensina.
A sala de aula deve ser um espaço coletivo, circular, não linear, o poder é de todos, todos tem algo para ensinar, fazer, compartilhar e aprender.
Enquanto a estrutura escolar manter o poder centrado no professor fica inviável qualquer inclusão.
Estudos e experiências realizados no Brasil e no mundo demonstram que a Educação Inclusiva é benéfica para todos os envolvidos.
Os alunos com deficiência aprendem:
• melhor e mais rapidamente, pois encontram modelos positivos nos colegas;
• que podem contar com a ajuda e também podem ajudar os colegas;
• a lidar com suas dificuldades e a conviver com as demais crianças.
Os alunos sem deficiência aprendem
• a lidar com as diferenças individuais;
• a respeitar os limites do outro;
• a partilhar processos de aprendizagem.
Todos os alunos, independentemente da presença ou não de deficiência, aprendem;
• a compreender e aceitar os outros;
• a reconhecer as necessidades e competências dos colegas;
• a respeitar todas as pessoas;
• a construir uma sociedade mais solidária;
• a desenvolver atitudes de apoio mútuo;
• a criar e desenvolver laços de amizade;
• a preparar uma comunidade que apóia todos os seus membros;
• a diminuir a ansiedade diante das dificuldades.

A Escola Inclusiva respeita e valoriza todos os alunos, cada um com a sua característica individual e é à base da Sociedade para Todos, que acolhe todos os cidadãos e se modifica, para garantir que os direitos de todos sejam respeitados.
Essa é base da Educação Inclusiva: considerar a deficiência de uma criança ou de um jovem como mais uma das muitas características diferentes que os alunos podem ter.
E, sendo assim, respeitar essa diferença e encontrar formas adequadas para transmitir o conhecimento e avaliar o aproveitamento de cada aluno.
Vários estudos, no Brasil e no mundo, têm demonstrado que essa pedagogia centrada na relação com o aluno é benéfica para todos os estudantes com e sem deficiência porque:
• Reduz a taxa de desistência e repetência escolar;
• Aumenta a auto-estima dos alunos;
• Impede o desperdício de recursos;
• Ajuda a construir uma sociedade que respeita as diferenças.
Somente com o apoio dos professores, o Brasil poderá, de fato, oferecer uma Educação de Qualidade para Todos. E você, professor, pode começar a fazer isso agora. Não é preciso cursar uma faculdade. Basta você usar sua criatividade, seu bom senso, sua vontade de ensinar, sua experiência. E os professores especializados em alunos com deficiência e outros profissionais, como pedagogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais estão aí para ajudar você. Além disso, uma das características mais interessantes da Educação Inclusiva é que ela deve envolver também as famílias e a comunidade. Isso significa que a Escola Inclusiva poderá beneficiar-se com parcerias com universidades, organizações não governamentais, escolas SENAI, APAEs, centros de reabilitação, entidades de pessoas com deficiência, associações de bairro, associações comerciais locais etc. Essa rede de parceiros, que inclui Essa rede de parceiros, que inclui a participação da família, será fundamental para a escola conseguir os recursos humanos e materiais de que precisa para oferecer a melhor educação para todos os seus alunos.
Como tudo isso funciona para a família?
Existe preconceito vindo de outros pais ou até mesmo dos colegas de classe?
Em todos os sentidos, primeiro em manter a exclusão das pessoas, manter mitos e informações errôneas, isso chamamos de acessibilidade atitutinal, é a mais difícil porque exige que resignifiquemos nossos valores, nossas relações, nossas crenças, enfim todos nós somos especiais e deficientes.
O preconceito faz parte da natureza humana, desde o início da humanidade. O homem desconfia e tem medo de tudo o que é diferente dele mesmo, do “outro”.
O “outro” inspira receio, temor, insegurança. Esses sentimentos eram importantes no tempo das cavernas, quando os homens eram poucos e lutavam bravamente para sobreviver em um ambiente hostil. Certamente, essa característica foi selecionada evolutivamente porque ajudava na sobrevivência da espécie.
E o homem moderno ainda é biologicamente o mesmo daqueles tempos. Diante do diferente, do desconhecido, é normal adotar atitudes defensivas ou de ataque, que se expressam pelo preconceito, pela discriminação, pelas palavras ofensivas ou por atos violentos, como vemos hoje os comportamentos de bullying nos jovens.
Como é para o educador atender crianças com deficiências?
Poderia definir isso como uma postura dentro de um processo na mudança das atitudes das relações professor-aluno. Urgimos que haja investimentos na valorização do papel e na construção da identidade do novo professor, visto que hoje ele é um facilitador ou mediador da aprendizagem; precisa sair do papel de “dar aulas”, “estimular criancinhas”, para ser o mediador da construção de conhecimentos este é o novo paradigma. Isso pouco se discute no Brasil e por isso o professor ainda fica reivindicando causas absurdas como querer reprovar os alunos. O professor ainda não “percebeu” que ele não é mais “o centro” da situação, hoje ele está “na relação” da aprendizagem com o aluno. As questões da aprendizagem são relacionais e afetivas.
A prática da Educação Inclusiva pressupõe que o professor, a família e toda a comunidade escolar estejam convencidos de que:
• O objetivo da Educação Inclusiva é garantir que todos os alunos com ou sem deficiência participem ativamente de todas as atividades na escola e na comunidade;
• Cada aluno é diferente no que se refere ao estilo e ao ritmo da aprendizagem.
E essa diferença é respeitada numa classe inclusiva;
• Os alunos com deficiência não são problemas. A Escola Inclusiva entende esses alunos como pessoas que apresentam desafios à capacidade dos professores e das escolas para oferecer uma educação para todos, respeitando a necessidade de cada um;
O fracasso escolar é um fracasso da escola, da comunidade e da família que não conseguem atender as necessidades dos alunos;
• Todos os alunos se beneficiam de um ensino de qualidade e a Escola Inclusiva apresenta respostas adequadas às necessidades dos alunos que apresentam desafios específicos;
• Os professores não precisam de receitas prontas. A Escola Inclusiva ajuda o professor a desenvolver habilidades e estratégias educativas adequadas às necessidades de cada aluno;
• A Escola Inclusiva e os bons professores respeitam a potencialidade e dão respostas adequadas aos desafios apresentados pelos alunos;
• É o aluno que produz o resultado educacional, ou seja, a aprendizagem. Os professores atuam como facilitadores da aprendizagem dos alunos, com a ajuda de outros profissionais, tais como professores especializados em alunos com deficiência, pedagogos, psicólogos e intérpretes da língua de sinais.
Como a educação inclusiva pode formar a postura do jovem cidadão?
• Favorece e incentiva a criação de laços de amizade entre todos os alunos;
• Incentiva a criatividade e a autonomia do aluno em busca do próprio conhecimento;
• Aprende o valor da diferença e da convivência para os alunos a partir do exemplo dos professores e da comunidade escolar e pelo ensino ministrado nas salas de aula;
• Promove o empoderamento, a autonomia, a independência e a cidadania;
• Desenvolve a capacidade de vislumbrar um projeto de vida produtiva e independente.
Sugestões de Dinâmicas de Grupo ou Rodas de Conversa
Objetivos:
Avaliar os sentimentos e fantasias pessoais, identificar, nomear igualdades e diferenças, pontos fortes e oportunidades de melhoria, estimular a empatia.  Discriminar e diferenciar deficiência de doença. Trabalhar a construção conceitual / terminologia correta das deficiências (as crianças falavam várias palavras, menos “pessoa com deficiência”)
Estratégias:
Aquecimento: Cada criança escolhe uma bexiga. Ao som de música, com as bexigas cheias, vão brincar sob comandos, sozinhos, em duplas, em trios, todos.
Atividades:
I- Com todas as cadeiras de rodas, cadeirões, andadores, vamos fazer vivências de como deve ser uma pessoa com deficiência física. Em dois grupos, um guia o outro/ trocam. Discussão de como se sentiram, desenho na lousa para ajudar o raciocínio. Desenho livre sobre o tema.
II -Vivências sensoriais – Deficiência Visual – A escuridão. Com faixas pretas nos olhos (uma criança guia a outra / trocam). Discussão e desenho livre.
III – Deficiência Auditiva – O mundo do silêncio. Dois grupos ensaiam cenas, utilizando mímica. Um é platéia do outro. Ou o mediador finge falar sem utilizar a voz. Discussão sobre o tema e desenho livre.
IV – Deficiência Intelectual – Por que nosso colega as vezes  tem dificuldades para entender? Uma história contada em duas  versões, mais difícil e outra mais fácil. Discussão do tema e desenho livre.
Sugestão de Livros para Roda de Conversa
Sugestões de livros para trabalhar as deficiências em sala de aula, todos os livros são de Cláudia Wernek da Editora WVA.
Muito prazer, eu existo (5ª ed/1992) -Primeiro livro escrito no Brasil sobre síndrome de Down para leigos. Cláudia Wernek da Editora WVA.
Coleção Meu Amigo Down (9ª ed/1994) – As histórias – Meu amigo Down, em casa; Meu amigo Down, na rua; Meu amigo Down, na escola são narradas por um personagem que não entende por que seu amigo com síndrome de Down enfrenta situações delicadas. Cláudia Wernek da Editora WVA.
Um amigo diferente? (9ª ed/1996) – Conta a história de uma criança que diz ser diferente. O texto leva à reflexão sobre as diferenças individuais discorrendo sobre hemofilia, paralisia cerebral, ostomia, doença renal etc. Cláudia Wernek da Editora WVA.
Ninguém mais vai ser bonzinho, na sociedade inclusiva (3ª ed/1997) – Primeiro livro sobre sociedade inclusiva escrito no Brasil, explica o que é uma escola, mídia, literatura e sociedade inclusivas. Cláudia Wernek da Editora WVA.
Sociedade Inclusiva. Quem cabe no seu TODOS? (2ª ed/1999) – Discute o uso leviano da palavra TODOS na cultura, na mídia, nas universidades, no discurso dos governantes, no dia-a-dia de TODOS. Cláudia Wernek da Editora WVA.
Uma joaninha diferente (4ª. Ed/2012) Regina Célia Melo, Ed. Paulinas.

Bem gostaria de terminar e definir Educação Inclusiva com uma frase: “Olhares e modos de ver”, pois só através do olhar que transformamos o outro ser humano em pessoa, com identidade própria e vida.
E completando:
“A questão fundamental é a atitude. Se é algo que você deseja fazer, você começa a procurar meios de consegui-lo. Se é algo que você não deseja fazer, você começa a procurar desculpas para não fazê-lo.” (Wayne Sailor, 1991).
Autora do artigo: Marina da Silveira Rodrigues Almeida
Sócia-Proprietária do Instituto Inclusão Brasil. Consultora em Educação
Psicóloga Clínica e Educacional , Pedagoga Especialista e Psicopedagoga
Instituto Inclusão Brasil

Fonte: http://www.institutoinclusaobrasil.com.br/informacoes_artigos_integra.asp?artigo=151
http://www.facvestpos.com.br/receber-o-aluno-com-deficiencia-na-sala-de-aula-nao-significa-inclusao/
Imagine você no primeiro dia de aula de uma escola nova, pessoas que você não conhece, um espaço que não é habitual, professores com métodos diferentes e para piorar a sua primeira aula é que física e o professor trouxe um exercício que você nunca viu. "Vocês terão dez minutos para resolver o exercício e chamarei um para resolvê-lo na lousa".Eis a atividade:
(UERJ) O reator atômico instalado no município de Angra dos Reis é do tipo PWR - Reator de Água Pressurizada. O seu princípio básico consiste em obter energia através do fenômeno “fissão nuclear”, em que ocorre a ruptura de núcleos pesados em outros mais leves, liberando grande quantidade de energia. Esse fenômeno pode ser representado pela seguinte equação nuclear:
        01n + 92235U → 55144Cs + T + 2 01n + energia 
Os números atômicos e de massa do elemento T estão respectivamente indicados na seguinte alternativa:
a) 27 e 91
b) 37 e 90
c) 39 e 92
d) 43 e 93

Passados os dez minutos o professor chama você para realizar a atividade. Justo você que passou os últimos dez minutos tentando descobrir de onde veio todos esses números e letras.
E agora como falar ao professor que não sei fazer?! Que nunca vi esse tipo de exercício antes?! O que significa "fissão nuclear"?! Esse exercício é mesmo para o ensino médio?! E agora?! E agora?!!!!!!!Socorro!!!!


Se você se reconheceu nessas frases. Pense no seu aluno que olha para toda aquela informação que para você é tão simples, tão básica, mas ele olha e não consegue entender ou reconhecer nada que está ali posto.
Com um simples questionamento podemos repensar nossa práxis e dar um novo caminho para nossos alunos.



Cada um de seus alunos tem características diferentes

A Educação Inclusiva vem para substituir a escola tradicional, na qual todos os alunos precisavam se adaptar ao mesmo método pedagógico e eram avaliados da mesma forma. Quem não se enquadrasse, estava fora dos padrões considerados aceitáveis e era encaminhado para a classe especial, para a escola especial ou, simplesmente, acabava desistindo de estudar.
Na Escola Inclusiva não existem classes especiais. Ou melhor, todas as classes e todos os alunos são muito especiais para seu professor. E você sabe que isso é verdade por experiência própria. Você sabe que o Joãozinho aprende uma palavra muito melhor quando você faz um desenho na lousa. Que a Mariazinha entende mais quando você canta uma música inventada para a aula de Ciências. Que o Pedro entende melhor a tabuada quando você usa palitos de sorvete ou sementes. E por isso, muitas vezes, você passa, de carteira em carteira, explicando a mesma coisa de um jeito diferente para cada um deles.
Essa é base da Educação Inclusiva: considerar a deficiência de uma criança ou de um jovem como mais uma das muitas características diferentes que os alunos podem ter. E, sendo assim, respeitar essa diferença e encontrar formas adequadas para transmitir o conhecimento e avaliar o aproveitamento de cada aluno.
Vários estudos, no Brasil e no mundo, têm demonstrado que essa pedagogia centrada no aluno é benéfica para todos os estudantes com e sem deficiência porque:
 Reduz a taxa de desistência e repetência escolar;
 Aumenta a auto-estima dos alunos;
 Impede o desperdício de recursos;
 Ajuda a construir uma sociedade que respeita as diferenças.

Retirado de: http://saci.org.br/pub/livro_educ_incl/redesaci_educ_incl.html




Ansiedade infantil: por que precisamos ensinar as crianças a esperar


Sabe aquela clássica cena da família jantando no restaurante enquanto a única criança da mesa está completamente alheia à conversa, hipnotizada por algum desenho no celular? Ou então aquela de uma mãe morrendo de vergonha e colocando qualquer coisa no carrinho, só para o filho parar de espernear no meio do supermercado e ir logo para casa? Pois é, elas acontecem - e muito!
Fazer birra é um comportamento normal das crianças, afinal, faz parte da infância testar os limites. A questão é que, com a tecnologia cada vez mais ao alcance das (pequeninas) mãos, a paciência está virando artigo de luxo. "Vivemos num contexto em que tudo se resolve muito rapidamente com apenas um clique. Os avanços tecnológicos fazem com que as crianças cresçam num mundo em que as coisas acontecem na hora em que elas querem. Não precisam nem esperar o desenho preferido na TV, já que assistem quando têm vontade e na plataforma que preferem", explica Roberta Bento, especialista em aprendizagem baseada no funcionamento do cérebro pela Universidade da Califórnia e Duke University; e em aprendizagem cooperativa pelas Universidades de Minnesota e de San Diego. 
Além da questão tecnológica, a formação das famílias atuais também influencia nessa pressa que os pequenos têm para serem atendidos. "Antigamente, tinha-se mais filhos e até nas refeições era preciso esperar a sua vez de ser servido. Hoje, é cada vez mais comum que os casais tenham só uma criança, que sempre tem tudo na hora que quer", lembra a especialista, que completa: "elas vivem num mundo que parece ser totalmente adaptado e pronto para os seus desejos".
Como ensinar os filhos a esperar
Não adianta, não tem cartilha ou fórmula mágica para criar filhos mais pacientes - esse é um exercício diário, que deve ser trabalhado naquelas pequenas situações do cotidiano. Por exemplo, ao invés de aproveitar enquanto as crianças estão na escola para ir ao supermercado, vá com elas fazer as compras e explique o que vocês estão fazendo. "Na sala de espera de um consultório médico, invente alguma brincadeira para passar o tempo, que não envolva um celular. Brinque de procurar letras, de encontrar objetos de determinada cor... Aproveite para conversar com seu filho", aconselha Roberta.
E não custa lembrar: o comportamento da criança na rua, na escola, nos restaurantes e em todos os outros ambientes que ela frequenta é apenas um reflexo de como ela vive em casa e, claro, de como os pais se comportam. Portanto, não adianta esperar que seu filho saiba esperar se, em casa, ele tem tudo quando deseja e se vê os adultos na maior correria a todo momento. Além disso, é preciso ter consciência de que a paciência precisa ser ensinada. "Essa não é mais uma competência que se desenvolve sozinha e não é interessante que os pais pensem que, dado o contexto atual, ela é desnecessária, já que tudo acontece muito rápido. É preciso que eles se empenhem dia a dia", ressalta a especialista. 
Por que eles precisam ter paciência
Uma criança que é ensinada a esperar se torna uma pessoa mais educada, pois ao entender que o mundo não gira ao seu redor, ela cresce menos egocêntrica e vive melhor em sociedade. Ela aprende, por exemplo, que é preciso deixar as pessoas saírem do metrô antes de entrar e que as coisas passam por um processo antes de acontecer - a comida não fica pronta por mágica e não chegamos à praia de uma hora para outra. Tudo leva tempo e é preciso saber lidar com isso.
Criar filhos menos ansiosos também ajuda no aprendizado, já que eles conseguem parar para ouvir e, então, formular argumentos. "Os pequenos mais pacientes também conversam melhor, já que conseguem esperar o tempo de fala do outro para poder responder - e estabelecer essa linha de raciocínio demanda muita paciência. Além disso, a criança aprende a considerar o outro e, assim, a respeitar as diferenças", destaca Roberta.
A importância do tédio
Natação, inglês, judô, futebol, balé... A agenda dos pequenos parece estar cada vez mais cheia de atividades e o tempo livre - aquela famosa horinha de não fazer nada - está ficando raro. "Nós percebemos uma angústia dos pais em nunca deixar as crianças entediadas, mas a verdade é que elas precisam lidar com isso. Vivenciar o tédio é bom porque ele gera a necessidade da criatividade para fazer alguma coisa interessante, além de possibilitar um descanso ao cérebro", finaliza Roberta. Portanto, chegar a um equilíbrio é fundamental e trabalhar a ansiedade aos poucos dentro de casa é um caminho para criar filhos mais pacientes e preparados para viver bem em sociedade.  
Escrito por 

Ritalina, a droga legal que ameaça o futuro

Ler mais: http://www.psicologiasdobrasil.com.br/ritalina-a-droga-legal-que-ameaca-o-futuro/#ixzz47tkzIB7t
É uma situação comum. A criança dá trabalho, questiona muito, viaja nas suas fantasias, se desliga da realidade. Os pais se incomodam e levam ao médico, um psiquiatra talvez.  Ele não hesita: o diagnóstico é déficit de atenção (ou Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH) e indica ritalina para a criança.
O medicamento é uma bomba. Da família das anfetaminas, a ritalina, ou metilfenidato, tem o mesmo mecanismo de qualquer estimulante, inclusive a cocaína, aumentando a concentração de dopamina nas sinapses. A criança “sossega”: pára de viajar, de questionar e tem o comportamento zombie like, como a própria medicina define. Ou seja, vira zumbi — um robozinho sem emoções. É um alívio para os pais, claro, e também para os médicos. Por esse motivo a droga tem sido indicada indiscriminadamente nos consultórios da vida, a ponto de o Brasil ser o segundo país que mais consome ritalina no mundo, só perdendo para os EUA.
A situação é tão grave que inspirou a pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, professora titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, a fazer uma declaração bombástica: “A gente corre o risco de fazer um genocídio do futuro”, disse ela em entrevista ao Portal Unicamp. “Quem está sendo medicado são as crianças questionadoras, que não se submetem facilmente às regras, e aquelas que sonham, têm fantasias, utopias e que ‘viajam’. Com isso, o que está se abortando? São os questionamentos e as utopias. Só vivemos hoje num mundo diferente de mil  anos atrás porque muita gente questionou, sonhou e lutou por um mundo diferente e pelas utopias. Estamos dificultando, senão impedindo, a construção de futuros diferentes e mundos diferentes. E isso é terrível”, diz ela.
O fato, no entanto, é que o uso da ritalina reflete muito mais um problema cultural e social do que médico. A vida contemporânea, que envolve pais e mães num turbilhão de exigências profissionais, sociais e financeiras, não deixa espaço para a livre manifestação das crianças. Elas viram um problema até que cresçam. É preciso colocá-las na escola logo no primeiro ano de vida, preencher seus horários com “atividades”, diminuir ao máximo o tempo ocioso, e compensar de alguma forma a lacuna provocada pela ausência de espaços sociais e públicos. Já não há mais a rua para a criança conviver e exercer sua “criancice”.

E se nada disso funcionar, a solução é enfiar ritalina goela abaixo. “Isso não quer dizer que a família seja culpada. É preciso orientá-la a lidar com essa criança. Fala-se muito que, se a criança não for tratada, vai se tornar uma dependente química ou delinquente. Nenhum dado permite dizer isso. Então não tem comprovação de que funciona. Ao contrário: não funciona. E o que está acontecendo é que o diagnóstico de TDAH está sendo feito em uma porcentagem muito grande de crianças, de forma indiscriminada”, diz a médica.
Mas os problemas não param por aí. A ritalina foi retirada do mercado recentemente, num movimento de especulação comum, normalmente atribuído ao interesse por aumentar o preço da medicação. E como é uma droga química que provoca dependência, as consequências foram dramáticas. “As famílias ficaram muito preocupadas e entraram em pânico, com medo de que os filhos ficassem sem esse fornecimento”, diz a médica. “Se a criança já desenvolveu dependência química, ela pode enfrentar a crise de abstinência. Também pode apresentar surtos de insônia, sonolência, piora na atenção e na cognição, surtos psicóticos, alucinações e correm o risco de cometer até o suicídio. São dados registrados no Food and Drug Administration (FDA)”.
Enquanto isso, a ritalina também entra no mercado dos jovens e das baladas. A medicação inibe o apetite e, portanto, promove emagrecimento. Além disso, oferece o efeito “estou podendo” — ou seja, dá a sensação de raciocínio rápido, capacidade de fazer várias atividades ao mesmo tempo, muito animação e estímulo sexual — ou, pelo menos, a impressão disso. “Não há ressaca ou qualquer efeito no dia seguinte e nem é preciso beber para ficar loucaça”, diz uma usuária da droga nas suas incursões noturnas às baladas de São Paulo. “Eu tomo logo umas duas e saio causando, beijando todo mundo, dançando o tempo todo, curtindo mesmo”, diz ela.

INCLUSÃO: O QUE SÃO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM?

 QUE SÃO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM?

A leitura e a escrita são as aprendizagens mais cobradas e esperadas no universo escolar. Para que isto ocorra o aluno deve utilizar todos os recursos internos (hereditariedade) e externos (meio) para garantir uma aprendizagem funcional.
Podemos encontrar alunos com dificuldades na linguagem receptiva (leitura) e na expressiva (escrita) e estes frequentemente são diagnosticados quando entram na escola.
Temos que ter claro que a aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtida através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Um aspecto importante é a necessidade do aluno ter motivação, engajamento e prazer ao aprender.
Dificuldade de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de transtornos manifestados por dificuldades significativas na aquisição e uso da escuta, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas.
Estes transtornos são intrínsecos ao indivíduo, supondo-se que são devido à disfunção do sistema nervoso central, e podem ocorrer ao longo do ciclo vital. Podem existir junto com as dificuldades de aprendizagem, problemas nas condutas de autorregulação, percepção social e interação social, mas não constituem por si próprias, uma dificuldade de aprendizado.
Ainda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrer concomitantemente com outras condições incapacitantes como, por exemplo, transtornos emocionais graves ou com influências extrínsecas (tais como as diferenças culturais, instrução inapropriada ou insuficiente), nem sempre elas são o resultado dessas condições ou influências.

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